quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Utopia?

"Valeu à pena? 

Tudo vale à pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador.
Tem que passar além da dor."

Muitas vezes, perante conjunturas sócio-político-economicas adversas, nós a tão propalada racionalidade humana perdemos nosso sentido e demos lugar à imaginação. Há, em cada ser humano, um sebastianista louco, vislumbrando o Quinto Império; um navegador ancorado no cais, a idealizar ‘mares nunca dantes navegados’; e um obscuro D. Quixote de alma grande que, mesmo amesquinhado pelo atrito da hora áspera do presente, investe contra seus inimigos intemporais: o derrotismo, a indiferença e o tédio. Foi diante da total incapacidade de reversão de uma situação sócio-política que, o ser humano desenvolveu a habilidade de sonhar e fantasiar uma nova realidade, projetando através disso, suas expectativas e anseios.

Sufocado pelo peso de todos os determinismos e pela dura rotina do pão nosso de cada dia, há em cada homem um sentido épico da existência, que se recusa a morrer, mesmo banalizado, manipulado pelos veículos de massa e domesticado pela vida moderna. Faz-se necessário resgatar esse idealista que ocultamente todo homem é. A historia, por exemplo, revela uma sucessão infindável de idealistas: Platão, que propôs uma sociedade governada por intelectuais; Santo Agostinho, que em seu livro ‘A Cidade de Deus’ propôs um modelo de sociedade teocrática; Thomas Morus, que faria críticas a sociedade inglesa do século XVI, com seu livro ‘Utopia’ e acabaria sendo condenado à morte por tal ato.

No mundo das idéias e das palavras tudo pode ser resolvido, pois tudo é possível; os mais graves problemas encontram suas soluções, as mais graves crises deixam de existir; lá impera a harmonia e o equilíbrio, tudo funciona como um relógio suíço. Utopia? Talvez sonhos irrealizáveis de alguma poetisa menor. Mas, quando o homem não sonha, ele mata definitivamente o santo e o louco que é o seu melhor e, demite dessa forma suas esperanças. O homem livre num universo sem fronteiras. Pequenos judeus, árabes e cristãos, brincando de roda em Beirute ou na Palestina.

2 comentários:

  1. olá! Peguei seu blog na comunidade do orkut sobre borderline. tb sou. Amei a sua descriçao no seu perfil! Vamos nos falando! beijo

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  2. Hey Juh, q bom. Fico feliz q tenha visto la e tenha vindo aqui conferir. Obrigada mesmo. Vamos nos falando sim..volte sempre..sempre!! rs
    Bjo Juh!

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