quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Eu Morri

Eu morri. Quer dizer, eu achava que tinha morrido. Derepente tudo estava preto e eu só ouvia um zumbido. Sentia também que estava descendo.

Começou devegar e foi ficando rápido, rápido e rápido. Foi quando eu ouvi um “tum”. Eu estava num elevador e agora ele estava devagar, mais devagar e parando. Ouvi também um “zzzzzz” era uma porta se abrindo.

Foi quando eu vi.

Era uma enorme ponte, ligando a saía da boca do elevador e, quanto mais longe ela ia, mais larga ela ficava. Era transparente e cravejada de diamantes; embaixo dela, eu via; pessoas, muitas pessoas.

Algumas pulando, muitas gritando e se jogando no chão, agarrando umas as outras, dançando, rastejando e urrando. Era desespero. Não era desespero.

Existia uma musica ao fundo, algo que eu já tinha escutado antes mas, não me lembrava o que era.

Comecei a andar pela ponte. Comecei a correr pela ponte e não tinha para onde ir. Corria, corria e não conseguia sair do lugar. Já não podia voltar. Queria o elevador, porém, ele já não estava mais lá.

Me desesperei. Depois tentei recuperar meu fôlego.

Foi quando me viram, lá debaixo e começaram a gritar meu nome e clamar por mim.

Foi quando vi que não eram pessoas e sim diabos, demônios, bestas, feras de todos os tipos; tentando levantar vôo com suas asas esdrúxulas.

Existia muito fogo onde eles estavam e talvez por isso eu visse um misto de excitacão com medo e dor nos olhos, cor avermelhada, deles.

Alguns conseguiram de fato escalar a ponte e começaram a me perseguir.

Neste mesmo momento, o elevador se abriu. De lá saiu uma pessoa, eu sentia que a conhecia, mas não sabia dizer da onde, como, ou o que ela estava fazendo ali.
Ela saiu completamente perdida. Estava desesperada por quê, antes mesmo dela conseguir sair do elevador, os demônios já pularam em cima dela; mordendo, puxando cabelo, entre outros.

Juntou-se a mim.

Nesta hora a música aumentou o volume, eram batidas intensas, que entravam na nossa cabeça e deixavam a gente louco, completamente recheado de medo e loucura.

De repente uma risada estridente que me arrepiou todos os fios do cabelo, lá, do outro lado da ponte.

E, quando outrora era impossível enxergar o fim dela, se abre uma outra porta, aliás um portão imenso. De lá, sai a besta das bestas, o diabo.

O diabo com seus chifres gigantescos, sua cara asquerosa, rindo e apontando para a gente. E, claro, batendo seu cajado, tridente, no chão com tanta força que as vibrações também entravam na nossa cabeça e deixava a gente mais pirado ainda.

Dai era só correr se não, literalmente os bichos nos pegavam.

Começamos a correr muito, muito e, muito. Corremos freneticamente em direçao ao diabo-mor; pois este, pelo menos ainda sorria e a batia seu cajado maldito. Ao contrário das feras que davam rasantes nas nossas cabeças e faziam com que a gente tivesse que nos esquivar delas.

Sem falar nos demônios que conseguiram subir à ponte e estavam rastejando no chão e grudando nas nossas pernas. Pulavamos por cima deles e em alguns pisávamos e ouvíamos gritos de pavor.

A corrida foi longa até chegarmos na cara do Diabo.

Foi quando ele esticou o braço peludo e enxofrado na nossa direção!

Fechei os olhos. Tudo ficou preto novamente. Quando os abri; que ví. Não morri. Mas, tinha certeza que tinha devaneado.

3 comentários:

  1. Oi Carolina, é bem isso mesmo, o nosso rival vive dentro de nós...terrível!! E o pior, nós o alimentamos!!! precisamos matá-lo de fome! E como é dificil...só em Deus podemos vencer. Sempre podemos escolher qual o caminho vamos seguir e que lado iremos alimentar: o bom (q na maioria das vezes é dificil!) ou o mal(que na maioria das vezes é muito mais fácil e cômodo).
    Beijo!

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  2. Oi Carolina,
    É, podemos escolher sim! E as emoções tb. Podemos escolher não ser guiadas por elas por exemplo, podemos sentir as emoçções, mas não deixar que elas nos dominem. Usar as emoções ao invés de ser usada por elas...
    =)
    Bjo!

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  3. Juliana, nao podemos não sentir a emoçao. É inerente ao ser humano.

    E a intençao de escrever sobre emoçoes de qquer natureza é, justamente, quando nós escritores podemos transformar essas emoçoes em arte!

    Bela arte você faz por aqui. Parabnes! Abraços!!! xD

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